Histórico do Ferry Boat
A travessia da baía de Guaratuba pelo sistema de ferry boat está completando mais de 50 anos de funcionamento*. Implantado em 1960, como uma solução de transporte para os moradores de Guaratuba, o ferry boat, foi rapidamente assimilado também pelos turistas e veranistas, até integrar-se à paisagem do litoral do Estado. Com isso, Guaratuba saiu do isolamento e foram estimulados o desenvolvimento do turismo e de outros negócios da região.
Antes da implantação do ferry boat, o acesso dos moradores de Guaratuba com o balneário de Caiobá e as demais praias do Estado, bem como à Curitiba, era muito precário. Era preciso dar a volta por Garuva, usando uma estradinha de terra que ficava praticamente intransitável quando chovia. O asfalto só chegou em 1966. Outra opção, mais rápida, era fazer a travessia de barcos, o serviço era operado por pequenas lanchas da Empresa Balneária, ou tomar ônibus em Caiobá e Matinhos.
Quando foi inaugurado, a travessia virou uma atração turística, tanto para brasileiros como para visitantes de outros países. A travessia passou então a ser feita por um barco de madeira, muito parecido com as antigas caravelas portuguesas, capaz de transportar 12 veículos e 100 pessoas.
O barco foi construído pelo imigrante português João Lopes Rodrigues, com motor e material doado pelo Estado. O governador da época, outras autoridades e uma centena de convidados especiais fizeram um passeio histórico pela baía nesta embarcação.
A embarcação foi batizada com o nome de "Airton Cornelsen", numa homenagem ao diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER).
Como o movimento de veículos e pessoas aumentava ano a ano, foi preciso providenciar o funcionamento de outra embarcação, maior e mais rápida. Em 1966, o barco português foi substituída por um novo ferry boat, chamado "Iguassu". Tinha capacidade para 20 veículos. Depois veio a embarcação "Tibagi", que assim como sua antecessora foi desenvolvida nos estaleiros de Itajaí (SC). Depois veio a embarcação Ivaí, com capacidade para 24 veículos.
A construção dos rebocadores, que permite alavancar as embarcações e melhorar a eficiência dos reparos, foi uma grande ajuda para o sistema. As embarcações eram "guinchadas" para reparos e ficou mais fácil a reposição de peças.
Outro avanço diz respeito à construção das balsas, que passaram a ter fundo "catamarã", ao invés de fundo "chato" ou "quilhado" (em forma de U, como as antigas caravelas). Este fundo novo, trouxe mais segurança, já que a estabilidade para a entrada dos veículos aumentou.
Em 1981 entrou em operação a Guaraguaçu, já com capacidade para 48 veículos e até 300 pessoas. Depois dela, vieram a Nhundiaquara e a Piquiri.
Em 25 de outubro de 1996, foi concedido a Empresa F.Andreys o transporte coletivo aquaviário de veículos e passageiros na travessia da Baía de Guaratuba, através do contrato nº 319/96-DER/DC - Ordem de Serviço nº 058/96-DC, com um prazo contratual de 10 anos.
O contrato prevê as seguintes linhas de operação:
01 (uma) linha com 03 (três) ferry-boats e 03(três) balsas com rebocadores. A travessia tem frequência de 20 em 20 minutos das 6:00 às 24:00 horas diariamente e três horários entre as 24:00 às 6:00 horas.
Durante o período da concessão, entre outubro de 1996 à janeiro de 2002 já foram transportados 5.462.479 veículos e transportados 19.664.924 passageiros.
A travessia da Baía de Guaratuba pelo ferry boat é uma atração consolidada no litoral paranaense e conta hoje com 6 (seis) embarcações: Ferry-Boat Piquiri, Ferry-Boat Guaraguaçu, Ferry-Boat Nhundiaquara, Balsa Sônica III/Guaratuba I, Balsa Rainha de Guaratuba/F.Andreys VII e a Balsa Rainha da Ilha de São Francisco/F. Andreys V.
Durante o período da concessão já foram realizados investimentos em embarcações (balsas e rebocadores), instalações, ferramentaria, máquinas, equipamentos, entre outros.
No inverno, o número de passageiros diminui muito. Neste período, a procura fica restrita a fornecedores do comércio da região, ônibus de linha e de turismo que demandam a Guaratuba e praias de Santa Catarina.
O movimento se intensifica na temporada de verão, principalmente durante a semana de carnaval, com a apresentação da Caiobanda e Guaratubanda. As embarcações chegam a funcionar 24 horas sem parar. Mais de 1,5 milhão de pessoas atravessam a baía a cada temporada.
*Texto publicado por volta de 2010.